20 agosto 2008

Ossos do mundo

O mundo é cheio de problemas. E às vezes, para uma pessoa só, eles vêm de ruma. Não bastasse a gente ter que se matar de trabalhar para ter uma vida digna, ainda tem os que querem nos matar para ter uma vida malandramente.
Roubaram meu carro, meu celular e minha segurança. No auge do desepero, pensando que seria demais dar para uma pessoa atrevida, grossa e feia o celular, gratuitamente, agarrei-me com o dito cujo. Modidas, pesadas, tabefes e ele me xingando de todos os nomes que mãe dele ensinou. O larápio ainda puxou o aparelho fugindo de bicicleta.
O Ronda passou logo em seguida. No meu quarteirão, não. Não tem vez para o Ronda. Só para o ladrão.
O carro, pelo menos a gente nem viu. Quando demos fé, ele tinha desaparecido. Ficou em nós somente a sensação real de termos sido vítimas da insegurança. Mas fico me perguntando o que eu faria se visse o cara abrindo meu carro. Será que eu ia correr, gritar ou morder?
São os ossos. Ossos do mundo que saem da pele e doem na nossa carne. Na nossa fratura exposta.

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