30 dezembro 2006

Ontem, eu não escrevi

Blog, diário e livro devia ser uma coisa mais simples. Do tipo a gente pensar e ele se escrever sozinho. No futuro, certamente vamos ter máquinas digitadoras de pensamento. Então, vai valtar letra pra tanta idéia.

Mas o fato é que não é e ainda temos que queimar calorias na ponta dos dedos, fazer a poeira subir por entre as teclas de plástico encardido, de caracteres semi-apagados, de tanto esfregar nele a gordura da pele, com força. E raiva, muitas vezes.

Ontem não escrevi. Filmei. Eu e meus amigos artistas, Cristiana Moura e Diogo Braga, fomos fazer tomadas para o meu trabalho de nus em espaços públicos. Não apenas públicos, mais ainda lugares de consumo. Locais para onde a sociedade vai para saciar a necessidade de consumir o que não precisa, para satisfazer os apelos da mídia, o que se confunde com personalidade. Com estilo. Para todo tipo de compra hoje se usa levianamente a palavra estilo. Esta, já se vulgarizou de tanto uso sem adequação. O filme me surpreendeu e fique particularmente feliz por ter contato com a ajuda de duas figuras tão sensíveis, talentosas e especiais.

Hoje, sexta, fui tomar café na casa do adorável Sá Pessoa. E levei-lhe sonhos comestíveis. De valsa não dançante. Sugeri que servisse com filme, de Chocolate, Binoche e Depp. Levei Vital e Marcilene comigo. Os dois ficaram felizes por conhecer o seu museu que virou casa. E ele, já está pensando em abrir um Café-arte. Serei freguesa, por certo.

E não é que a Susan Sontag me espera na cama? E o backup terminou para dar lugar à formatação anual do meu HD. Tem pouco espaço, mas com cuidado e carinho arranjo vaga para os arquivos de boot. Até mesmo os mais antigos. Sem boot ninguém liga. Mas ontem, eu não escrevi. Hoje sim. Está dito.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Desde que conheço e amo esta garota, aprecio o que ela escreve... No início - já se vai algum tempo - escrevia pra valer em um diário. Depois - por longo tempo - guardou todos os pensamentos e sentimentos longe de suas palavras escritas e pouco faladas... Reconheço que a maior responsabilidade foi minha, bem masculina, de homem que fala muito e escuta pouco...
Mas sou um cara persistente e que sei a quem amo. Por isso, quando apareço por aqui é sempre com o desejo de ler o que ela escreve, para chegar um pouco mais perto do coração desta mulher especial.