Em primeiro lugar escrever sobre a entrevista de Denise Schittine (Escrita Íntima) foi escrever sobre minha própria experiência de "blogueira". Foi divertido ver nas respostas dela, situações que vivencio ao escrever e as buscas pessoais que faço ao me expor.
Particularmente, chamou minha atenção suas observações sobre a busca pela individualidade e a controversa superexposição do indivíduo. Para Denise, o ”blog é a pontinha do iceberg” da pós-modernidade, e ele coloca em pauta vários “males do século”, como a subjetividade.
Ao escrever no meu blog, estou me expondo ao mundo virtual. Mas, é uma exposição controlada, “ensaiada”. Só deixo que vejam o que eu gostaria que se tornasse público, mesmo quando estou falando de mim de maneira muito íntima e pessoal. E quando falo de questões mais gerais, de cunho social, embora esteja dando uma opinião que vai supostamente interessar a mais gente, a mais áreas, estou ainda assim, teatralizando, enfeitando. Por que quero que minha opinião seja lida, então tem que ser bem elaborada. É a tal “privacidade encenada” e cheia de diferentes “personas”.
Também gostei muito quando a pesquisadora associa o palavreado da rede com o voyerismo. Concordo que a internet é, em grande parte, feita de curiosos. Gente procurando entretenimento e informação. Gente querendo ver, abrir arquivos, portas, conexões. Até mesmo quem vai vender e comprar, está em busca de outras vias não convencionais, de outras janelas e portas.
Particularmente, preocupa-me a assimilação de todo este universo digital pelas gerações que não cresceram dentro dela. E do que a geração atual vai fazer com tanta informação e possibilidades. Minha filha de 12 anos não compra CD, baixa MP3; não escreve cartas, manda e-mails; não telefona para os amigos, usa o MSN; não imprime fotos, grava CD. No meu tempo, com esta idade eu brincava de xerife, de roda, de cai no poço e ia na casa do vizinho para fofocar da vida alheia. E a minha mãe? E minha avó?
No fim acho que somos frutos de nosso tempo e da tecnologia que temos à disposição. Como seres humanos, estamos sempre em transformação “circular”. A gente faz assim, mas depois conclui que é melhor assado, pra depois voltar a fazer assim mesmo. Estamos sempre mudando e melhorando o que já fizemos.
Subjetividade
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Subjetividade é entendida como o espaço de encontro do indivíduo com o mundo social, resultando tanto em marcas singulares na formação do indivíduo quanto na construção de crenças e valores compartilhados na dimensão cultural que vão constituir a experiência histórica e coletiva dos grupos e populações. A psicologia social utiliza frequentemente esse conceito de subjetividade e seus derivados como formação da subjetividade ou subjetivação.A subjetividade constitui-se num espaço relacional, aonde a insistência dos modos de percepção irá instaurar a realidade.
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